By Andre Botelho
- Trabalho em Equipe.
Muitos acham que o automobilismo é um esporte individual. O que não essas pessoas não sabem, ou não se dão conta, é que para que um piloto participe de uma corrida de F1, por exemplo, são necessárias inúmeras pessoas. Para que se tenha uma noção desses números, a McLaren leva para cada corrida aproximadamente 100 funcionários para possibilitar que os carros de Hamilton e Button entrem na pista. Além desses, ainda contrata algumas pessoas nas localidades para auxiliar nos trabalhos.
Essa breve introdução foi para contextualizar sobre o brilhante terceiro lugar de Sebastian Vettel em Yas Marina e como a Red Bull transitou entre dois mundos no fim de semana.
No sábado, Vettel conseguiu um terceiro lugar no grid, mas, por erro da equipe no cálculo do combustível, teve que largara em último. A essa altura o prejuízo parecia grande, pois Alonso largaria em sétimo e poderia até mesmo reassumir a ponta do campeonato, mas, no domingo, a coisa foi diferente. Com a quebra de Hamilton e uma bela ultrapassagem em Maldonado, Alonso assumiu a segunda colocação que matéria até o final.
Vettel fez uma corrida espetacular e largando em último, mesmo com uma asa quebrada, foi escalando o pelotão e cada vez, mas se aproximando dos pontos. Alonso, por sua vez, fez uma boa largada e pulou para quarto, colocando ainda mais pressão em Vettel. Com aproximadamente 16 voltas, Nico Rosberg literalmente atropelou a HRT de Karthikeyan e causou a entrada de um Safty Car. Vettel, que havia largado com pneus duros, foi chamado pela equipe para trocar os pneus, o que fez com que voltasse novamente para o fim do pelotão. A estratégia que parecia equivocada se mostrou extremamente adequada. Com um carro muito mais rápido Vettel escalou o pelotão todo novamente chegando ao 4º lugar, mas com os pneus bastante desgastados. Optou por fazer uma segunda troca de pneus, o que parecia ser mais um equivoco da equipe, e isso lhe possibilitou não só manter a posição na pista como ganhar mais uma, em bela ultrapassagem sobre Jenson Button.
A meu ver a situação de Vettel, que perdeu três pontos de sua vantagem para Alonso, manteve-se bastante cômoda. A próxima corrida será em uma pista nova, o que deverá favorecer a Alonso, que possui uma capacidade de adaptação maior que a de Red Bull e Vettel, mas não sei se isso será o bastante.
- A volta do Anti-Herói.
Anteriormente não falei do vencedor da corrida, mas isso foi de propósito. Ele merece um capítulo a parte nessa história. O Iceman esta definitivamente de volta.
Kimi Raikkonen voltou após dois anos como piloto de Rally para a F1 em uma aposta arriscada da Lotus. Quando deixou a categoria em 2009, era um piloto bastante desmotivado, muito pelo excessivo controle de sua vida pela imprensa e pela Ferrari, e parecia que não tinha mais a oferecer à F1. A Lotus, que possui um limitadíssimo orçamento, foi atrás de um piloto de ponta para um projeto ambicioso, voltar a ser grande.
Kimi não passa nem de perto do perfil de garoto propagando que a F1 gosta. Ele é mal humorado no trabalho (apesar de achá-lo apenas tranquilão), não gosta de dar entrevistas, gosta de festas, toma todas e mais algumas e faz o que lhe dá na cabeça sem nem mesmo consultar à equipe. Um exemplo disso foi um acidente de snowmobil no final de 2011 que lhe gerou uma fratura no antebraço esquerdo, alvo de cirurgia. Mas tudo isso se mostra irrelevante quando ele está a fim de correr. O Finlandês teve na vitória de ontem apenas a “cereja do bolo” de sua volta além de levar o tradicionalíssimo time inglês à vitória após um jejum de 25 anos. Terceiro colocado no campeonato, à frente inclusive das duas McLaren, de Webber e Massa, faz corridas excepcionalmente técnicas mantendo-se com uma regularidade sem igual. A Lotus parece enfrentar problemas financeiros, mas, ao renovar com Kimi para 2013, parece confiante em dias melhores.
Acredito que Kimi ainda renderá bons frutos à Lotus, desde que a equipe deixe-o em paz fora das pistas.
- Radio Lotus: "We'll keep you updated on the pace."
- Radio Kimi: "Just leave me alone, I know what to do !"
Confira o resultado final do GP de Abu Dhabi:
1 - Kimi Raikkonen (FIN/Lotus-Renault) - 1h45m58s667
2 - Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - a 0s852
3 - Sebastian Vettel (ALE/RBR-Renault) - a 4s163
4 - Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) - a 7s787
5 - Pastor Maldonado (VEN/Williams-Renault) - a 13s007
6 - Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari) - a 20s076
7 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - a 22s896
8 - Bruno Senna (BRA/Williams-Renault) - a 23s542
9 - Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes) - a 24s160
10 - Daniel Ricciardo (AUS/STR-Ferrari) - a 27s400
11 - Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - a 28s000
12 - Jean-Eric Vergne (FRA/STR-Ferrari) - a 34s900
13 - Heikki Kovalainen (FIN/Caterham-Renault) - a 47s700
14 - Timo Glock (ALE/Marussia-Cosworth) - a 56s400
15 - Sergio Perez (MEX/Sauber-Ferrari) - a 56s700
16 - Vitaly Petrov (RUS/Caterham-Renault) - a 1m04s500
17 - Pedro de la Rosa (ESP/HRT-Cosworth) - a 1m11s500
Não completaram:
Charles Pic (FRA/Marussia-Cosworth) - na volta 42
Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault) - na volta 38
Mark Webber (AUS/RBR-Renault) - na volta 38
Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes) - na volta 20
Narain Karthikeyan (IND/HRT-Cosworth) - na volta 8
Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - na volta 8
Nico Hulkenberg (ALE/Force India-Mercedes) - na volta 1
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